segunda-feira, 10 de maio de 2010

Dia das mães!

                                 

Outeiro da Glória, setembro de 1979 - meu batizado!


Ontem foi dia das mães!

Antes de ser meu dia, foi o dia daquelas que me antecederam, daquelas que me fizeram ser hoje quem sou!
Desde 2006, quando nasceu a Maria Luísa, parece que de uma hora pra outra esse dia passou a ser meu... rs Me apoderei do posto de ser a mãe mais recente da nossa família e da alegria de todos (principalmente das outras mães) em função disso!

Então esse ano, envolvida nas questões e prazeres de ser mãe de duas (rs) parei pra pensar em tudo o que tenho pra ensinar à minhas meninas, em tudo o que ainda vamos viver... pensei que boa parte disso - posso dizer que a maior parte - vem da infância que tive, da relação de filha-neta-sobrinha que formei com essas três mulheres que são a base da nossa família!

Esse ano, antes de ser mãe, quero comemorar como filha! Quero lembrar de cada momento que a minha memória conseguiu gravar com o passar dos anos.

Tive uma avó com uma vida difícil e que venceu! Criou sozinha duas filhas. Conseguiu dar-lhes estudo, vê-las formadas, construindo suas famílias. Apesar de todas as dificuldades conseguiu sempre dar-lhes amor, carinho; mesmo quando os percalços da vida com certeza lhe tiraram o sono. Acho que essa é a maior lição que me passou... e que tentarei passar às minhas meninas, que não por acaso têm o seu nome!



Foi aquela avó que ficava conosco (comigo e com meu irmão) o dia todo... Cuidava, levava pra escola, ia pro chão e jogava bola, botão... Fazia piqueniques, inventava moda e entrava pra nossa história.

Não por acaso é o centro da família, a última palavra, o primeiro pedaço de bolo, o lugar especial no coração!

Sei que é um presente da vida ter uma mãe e eu ganhei em dobro, porque recebi duas. Minha mãe e minha tia sempre caminharam juntas na minha educação, nos cuidados, no carinho!

Parei pra pensar que nunca precisei acrescentar o nome Dóra ao tia para chamá-la, como fazia com outras tias... "tia fulana de tal"... Quando eu dizia TIA, era e é sempre A tia!

Minha tia Dóra foi sempre meu porto seguro, meu papo amigo, minha mãezona mesmo! Curtiu nossa infância e nossa vida toda de perto, levando ao shopping, à praia, ao parque da cidade... Buscava muitas vezes na escola e mais tarde levava às festinhas! Maria Eduarda é o nome que ela gostaria de dar a uma filha sua... e foi pra trazer à vida esse sonho, que veio ao mundo a nossa Dunguinha Duda.

Minha mãe... Quanto mais passa o tempo mais a admiro e tento ser como ela. Dela herdei o gênio (rsrsrs) e junto com ele veio a vontade de lutar pelo que quero, pelo que acho certo. Veio aquela coisa de não levar desaforo pra casa e comprar sempre uma boa briga (adoro)!



Hoje vejo o quanto minha mãe se desdobrou, trabalhando tanto, mas sempre também se fazendo presente, dando carinho, atenção e colocando limites, educando! Hoje ela é a avó que não estraga, que faz graça, brinca e consegue colocar limites... e é adorada pelas netas por isso!
Lembro do respeito que sempre tivemos por ela. Lembro que com ela, bastava falar uma vez... aliás, não precisava falar, bastava aquela olhada... e olha que a gente aprontava! rs Um dia descubro o segredo daquele olhar... venho tentando há quatro anos, mas até agora nada... rs

Quando me tornei mãe entendi o que uma vida inteira não tinha conseguido me ensinar... Entendi minha mãe no sofá da sala me esperando chegar de madrugada! Entendi minha mãe me ligando toda hora e aquela famosa pergunta: Mas isso é hora de sair? Entendi o quanto ela foi minha amiga e esteve perto de mim, mesmo naqueles momentos em que eu não via isso.

Hoje aquela avó, tia e mãe se transformaram em bisa, vozinha e vovó! A chegada das meninas fez as três irem pro chão outra vez, trouxe de volta as histórias, os desenhos na TV, a correria pela casa, paredes sujas de bola.

Duda estava na barriga!


O armário do som virou um armário repleto de brinquedos!

Duas gavetas do guarda-roupas foram ocupadas com roupinhas de criança, calcinhas e fraldinhas de bebê!

O quartinho da casa tem sempre uma "novidade" escondida!

Na casa da bisa Lulu brinca com banheirinha de água em plena sala e Duda engatinha só de fraldinha pra lá e pra cá!

A bisa é o xodó da Lulu, que pede pra vê-la e briga com a gente quando não podemos levar. Brincam juntas como se não houvesse quase noventa anos entre elas... Elas vivem a mesma época, a mesma alegria, o mesmo amor! No seu quarto aniversário a bisa estava deitadinha na hora do parabéns... mas Lulu pegou o primeiro pedaço de bolo e foi levá-lo pra ela, sem ninguém pedir... Quer dizer, o coração pediu! Coisa mais linda de ver... manifestação de um amor puro, sem interesse, pleno!



É no colinho da bisa que a Duda encontra aconchego! Nasceu sob suas orações! É bem verdade que durante toda a gravidez da Duda fui avisada por minha avó de que eu teria um bebê tranquilo, pois ela estava rezando muito! E hoje tenho certeza de que minha vozinha é VIP lá em cima, porque os anjos disseram Amém... e a Dudinha é um bebê realmente calmo, que dormiu a noite toda desde a maternidade!

Bisa, madrinha espiritual da Duda... que ela tenha sempre a sua fé!

Enfim, no dia das mães desse ano quero festejar essas mulheres que me ensinaram a ser quem eu sou!
Antes de mães são mulheres, que abdicaram de muitas coisas por essa escolha, por esse caminho, por esse papel que ocupam em minha vida e na vida e na vida das minhas filhas!

Quero guardar no meu coração todo amor e todas as histórias que eu puder, para que algum dia eu possa contar aos meus netos e bisnetos um pouco da nossa família, ou melhor, das mulheres de aço da nossa família!

Nada que eu escrever aqui conseguirá traduzir todo amor, toda gratidão, toda a importância que as três têm na minha vida... e como é gostoso depois de tanto tempo, depois de ter minhas próprias filhas, ainda me sentir cuidada, amparada, me sentir ainda filha!

Amo muito vocês!


As Marias, na virada do ano de 2009 pra 2010!

Minutos antes da Duda nascer!

Abençoando a bisnetinha caçula :)

Corujando a primeira netinha... ainda em 2006!

Vozinha querida, estimulando sempre o gosto pela leitura!

A vovó Vera se derrete pela Lulu!!!!

Elas sabiam o quanto esse momento era importante pra mim...

E cuidaram da minha Lulu, enquanto eu trazia a Duda para nossa família!

Vovó Vera foi a primeira visita da Duda quando chegou em casa!

1979
O amor é o único sentimento que cresce na medida em que se reparte!

Um comentário:

  1. Lu,
    Você consegue colocar em palavras, emoção, sentimento, carinho e muito amor!
    Linda estória de vida das mulheres da sua família!
    Parabéns!!!!!!
    Beijo

    ResponderExcluir